Esta é a 103ª edição do MARMITEX neste formato, 103 desde janeiro de 2020. Aqui compartilho dicas semanais gratuitas de conteúdo: filmes, séries, livros, artigos, fotografia, discos, podcasts, etc. Não tem tema específico, procuro abordar assuntos diversos e relevantes. Direto ao ponto, sem blá-blá-blá.
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NESTA SEMANA
Gente, semana passada eu deixei passar vários errinhos na redação do Marmitex, foi mal. Na correria entre viagens, acabei vacilando na revisão. Espero que não ter comprometido sua experiência.
Já estou em Medellin, na Colômbia. Se tiver dicas locais, manda pra mim :)
A pandemia fez pipocar Ghost/Dark Kitchens pelas cidades. Basicamente são cozinhas fechadas que não chegam a ser um restaurante, mas abastecem aos serviços de delivery. Essa matéria explica direitinho como funciona: Dark kitchens, delivery e plataformas digitais (PT)
Ler essa matéria da Piauí me deu pesadelos. Fato é que já caí e conheço muitas pessoas que também caíram em golpes de perfis "fake” online. Com as eleições chegando e toda a onda de desinformação, é importante sabermos mais sobre o tema. Os deepfakes podem conquistar corações. Serão capazes de fazer a cabeça do eleitor? (PT)
Mais sobre o tema acima… demoraram pra fazer alguma coisa e vamos ver se vai funcionar: Meta anuncia força-tarefa para combater desinformação e disparos em massa (PT)
O trabalho no escritório não morreu, mas foi reinventado. Cada vez mais, o modelo híbrido é colocado em prática e se mostra mais eficiente. É o que mostra a pesquisa de Harvard, que constatou que as equipes que ficam entre 23 e 40% do tempo no escritório são mais produtivas e recebem melhores feedbacks (PT)
Os 15 bairros mais legais do planeta, pela turma da Time Out (PT)
Na mesma onda, Top 25 Hotels — World (EN)
O podcast Resumido fez uma edição muito boa sobre crianças online e o uso infantil das plataformas digitais.
Conectando com o podcast acima, essa propaganda da LEGO mostra como o estímulo à criatividade infantil pode ser simples. The LEGO Foundation Experiment I The Play Pledge - Tá em inglês mas o idioma é indiferente.
Pra ler com calma, a Harvard Business Review publicou um material especial sobre Web3. O conteúdo tá em inglês, mas rola de traduzir online.
A gente quase nem lembra do iPod e talvez por isso a Apple tenha descontinuado o produto. No entanto, essa parada mudou a forma como a gente se relaciona com música. Aqui vai um memorial fotográfico sobre o iPod: An illustrated history of the iPod and its massive impact (EN)
Gosto muito da newsletter Rest Of The World e eles divulgaram uma lista global de inovadores, fora do circuito do Vale do Silício e do mundo ocidental, pra gente ampliar nossas referências. From tech leaders, innovators, and investors to activists, Rest of World identified 100 people outside Silicon Valley and the West whose efforts directly impact countries where the majority of the world’s population lives. (EN)
3 discos novos que ouvi nessa semana:
Elza ao vivo no municipal - A última gravação de Elza Soares.
Nunca dei muita bola para o Kendrick Lamar, mas o cara é um definitivamente um dos melhores letristas de Rap da história.
The Smile, o álbum do projeto paralelo do Radiohead.
Tenho assistido poucas coisas nos últimos dias, mas me divirto vendo Barry, na HBO. Adoro o humor da série sobre um assassino de aluguel que passa por uma crise propósito e encontra alívio no teatro.
A Polly Sales mandou pra gente algumas dicas que acompanhou nos últimos dias:
“Entrevista da Viola Davis e Oprah na Netflix. Foda e tem um apelo de como mudamos nossos relacionamentos com nossos pais e sobre a vida duraaaa. Elas falam da autobiografia da Viola que saiu agora e quando você acha que chegou no auge da carreira ainda tem algo que falta. Curtimos bastante.”
“E obvio que com o barrigão (a Polly está gravidíssima) ando lendo muito sobre filhos. Essa é uma boa provocação:
'Geração digital': por que, pela 1ª vez, filhos têm QI inferior ao dos pais
A fábrica de cretinos digitais: Os perigos das telas para nossas crianças
*** As siglas PT (português) e EN (inglês) na frente dos links se refere ao idioma da publicação.
MEUS 2 CENTAVOS: “Workporn, parte 2”, mentiras sinceras e verdades inconvenientes no trabalho.
Tempos atrás, escrevi um artigo dividido em 2 partes, chamado “Workporn”. Se quiser ver o primeiro texto, tá aqui: WORKPORN: o trabalho distorcido pelo Social Employer Branding
Você não é pago pelo seu trabalho.
Na maioria dos casos você é pago pela sua capacidade de engolir sapos, tolerar os abusos da liderança ou se omitir diante de algo que poderia ser diferente.
As empresas não estão em busca dos melhores talentos, por mais que afirmem o contrário.
Geralmente, talentos são um problema, uma pedra no sapato. Eles incomodam ao provocar mudanças, pensar diferente, questionar o status quo ou se mostrarem mais qualificados que seus líderes. O que as empresas buscam é a conformidade. As pessoas que melhor se encaixam no sistema, sem ameaçar a ordem estabelecida.
Raramente as organizações buscam pessoas capazes de tomar as melhores decisões, executarem ou fazerem melhores escolhas.
No fundo o que querem são pessoas capazes de fazer as coisas melhor. Não se confunda pela ordem dos termos, ela faz toda a diferença. Me refiro a fazer mais do mesmo, o de sempre, porém um pouco melhor. No caso, melhor aqui é um eufemismo para fazer mais com menos: tempo, dinheiro ou pessoas.
A maioria das organizações e seus líderes hoje falam sobre transformação.
Reconhecem que precisam mudar, se atualizar. Mas esse discurso só acontece da boca pra fora e geralmente está voltado ao outro. “Os outros precisam mudar. As equipes precisam mudar. Eu? Não, eu não preciso.” O que desejam não é promover grandes transformações, mas mudar estritamente o necessário para, no fim das contas, continuar iguais, ou seja, manter a mesma ordem sistêmica. Sabe por quê? Porque ao contrário das promessas que ouvimos por aí, mudar é difícil, dói e dá trabalho pra caramba. Melhor deixar isso para os outros.
Nas consultorias existe um dilema comum:
Devemos dizer ao cliente o que realmente precisa ser feito ou simplesmente responder o que ele deseja ouvir?
Não são raros os casos em que já perdi clientes e conheço dezenas de outros consultores que passaram pela mesma consequência, justamente porque, ao invés de endossar as hipóteses desejadas pelo cliente, optamos por dizer a verdade. Uma verdade inconveniente, com a qual o cliente não está disposto a lidar. Por outro lado, existe uma ampla gama de consultorias que operam justamente aí: seu papel é construir argumentos que validem o desejo do seu contratante. A famosa claque.
Ascensão nas carreiras corporativas está mais ligada a capacidade de transitar nesse território das “mentiras sinceras” com a diplomacia necessária para criar alianças sem desagradar demais. Raramente as promoções são vinculadas a critérios técnicos, métricas sólidas ou indicadores claros de performance.
Reconhecer que esse elemento faz parte do jogo, não significa ser conivente com ele. Mas é preciso perder a inocência para evitar contarmos essas mentiras para nós mesmos. Aí sim a coisa fica grave.
Já reparou como alguns discursos vão se tornando grandes mentiras coletivas?
“Nosso foco não está na tecnologia, mas sim nas pessoas”
Agora, quase todos enchem a boca pra falar isso, mas se você rastrear os investimentos da sua empresa, o orçamento não corresponde ao discurso.
“Nossa empresa acredita na diversidade”
Tá na moda, mas geralmente esse papo emerge de uma sala repleta de pessoas brancas, extremamente parecidas, apontando o dedo para fora da bolha e incorporando o assunto da vez. Inserindo pessoas em "cotas de diversidade”, sempre na base da pirâmide e raramente em posições de liderança.
“O cliente é a nossa prioridade”
Essa talvez seja a principal falácia corporativa do século. Infelizmente as organizações estão muito mais interessadas na manutenção da própria condição e nos interesses de seus acionistas, do que no valor gerado para seus clientes. A ordem de prioridades geralmente é: acionistas, alta liderança, a própria empresa institucionalmente, o mercado, e lá no fim da lista estão colaboradores e clientes.
Mas será que poderia ser diferente? Tá aí um desafio para sistemas de humanos sobre o qual poderíamos dedicar um pouco de atenção. Como criar organizações mais transparentes, relações de poder menos hipócritas e trocas mais justas entre as pessoas?
*texto original escrito em 01 de março de 2021
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PRA ACOMPANHAR:
Se quiser conferir minha cobertura completa do SXSW 2022, só clicar aqui.
Se você não viu, vou deixar o link fixo com a edição do Review: melhores recomendações de 2021 aqui do Marmitex.
Clique para entrar no Clube do Livro: Grupo que escolhe 1 título por mês com 1 encontro online para debate. Leituras variadas e temas diversos.
A leitura para o mês maio é: "Sob os ossos dos mortos" da Olga Tokarczuk
Release da editora: "A aclamada autora mistura thriller e humor nesta reflexão sobre a condição humana e a natureza.
Vencedora do PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA
Vencedor do MAN BOOKER INTERNATIONAL PRIZE 2018
Subversivo, macabro e discutindo temas como mundo natural e civilização, este livro parte de uma história de crime e investigação convencional para se converter numa espécie de suspense existencial. “Uma das grandes vozes humanistas da Europa”, segundo o jornal The Guardian, Olga Tokarczuk oferece um romance instigante sobre temas como loucura, injustiça e direitos dos animais.”
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